A gestação é um período desejado por muitas mulheres e também uma época de dúvidas e angústias. Neste post vamos discutir um pouco a relação entre urticária e gestação.

Não existem dados sobre incidência e prevalência da urticária na gestação – isto quer dizer que não se sabe exatamente quantas gestantes vão iniciar os sintomas durante a gravidez e nem quantas mulheres que já tinham o diagnóstico de urticária antes de engravidar vão continuar apresentando os sintomas.

As causas da urticária aguda (crises que duram menos de seis semanas) na gestação são muito parecidas com as causas da urticária aguda fora desse período, podendo ocorrer pela ingestão de alimentos, picada de insetos, infecção ou uso de medicamentos. Não se observa na gestante uma maior propensão ao desenvolvimento de urticária aguda quando comparada à mulher adulta não gestante.

Já a urticária crônica, que pode ser espontânea (sem nenhum fator desencadeante) ou induzida por fenômenos físicos, parece não piorar com a gestação e, na maioria das vezes, pode até melhorar. Ou seja: grande parte das mulheres que já tenham o diagnóstico de urticária crônica vai ter crises durante a gestação de uma forma mais branda ou até mesmo ficar sem lesões. Uma minoria das gestantes vai apresentar piora dos sintomas.

O diagnóstico da urticária é essencialmente clínico, baseado na história clínica e no exame físico. Exames complementares podem ser necessários em casos de dúvida diagnóstica.

TRATAMENTO

É sabido que ter urticária durante a gestação não representa nenhum risco para o feto. Sendo assim, o tratamento acaba sendo a maior preocupação. Quais remédios são permitidos, que não prejudicam o bebê em formação?

O tratamento da urticária é feito com anti-histamínicos. Para a prescrição segura de medicamentos na gestação, utiliza-se uma classificação adotada pelo FDA (Food and Drug Administration) – órgão americano responsável pelo controle de medicamentos e alimentos. De acordo com a classificação do FDA (veja abaixo), os anti-histamínicos da categoria B podem ser prescritos com segurança para gestantes. São eles: loratadina, cetirizina, levocetirizina e dexclorfeniramina. Já os anti-histamínicos da categoria C devem ser evitados, são eles: fexofenadina, desloratadina e hidroxizine.

O tratamento da urticária na gestação deve ser feito por um médico especialista (dermatologista ou alergista), lembrando que a automedicação é perigosa e deve ser evitada sempre.

CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS DE USO NA GESTAÇÃO (FDA/USA)

Categoria A: medicamentos para os quais não foram constatados riscos para o feto em ensaios clínicos cientificamente desenhados e controlados;
Categoria B: medicamentos para os quais os estudos com animais de laboratório não demonstraram risco fetal (mas não existem estudos adequados em humanos) e medicamentos cujos estudos com animais indicaram algum risco, mas que não foram comprovados em humanos em estudos devidamente controlados;
Categoria C: medicamentos para os quais os estudos em animais de laboratório revelaram efeitos adversos ao feto, mas não existem estudos adequados em humanos e medicamentos para os quais não existem estudos disponíveis;
Categoria D: medicamentos para os quais a experiência de uso durante a gravidez mostrou associação com o aparecimento de malformações, mas que a relação risco-benefício pode ser avaliada;
Categoria X: medicamentos associados a anormalidades fetais em estudos com animais e em humanos e/ou cuja relação risco-benefício contraindica seu uso na gravidez.