O vírus Zika foi identificado pela primeira vez em macacos na Floresta Zika, localizada na Uganda, África. Os primeiros casos de Zika vírus foram notificados no Brasil em 2015.

No nosso país, houve rápida disseminação, facilitada pelo clima quente e pelo grande número do mosquito Aedes aegypti, transmissor também da Dengue e da febre Chikungunya.

Mas você sabia que apenas 18% das pessoas infectadas pelo vírus Zika desenvolvem sintomas?

E que a grande maioria dos pacientes sintomáticos apresenta uma doença leve e sem gravidade dias após a picada do mosquito?

Os principais sinais e sintomas da contaminação por Zika são:

  • erupção na pele com manchas e/ou bolinhas vermelhas, que podem coçar bastante;
  • olhos vermelhos;
  • febre baixa;
  • dor leve nas articulações;
  • dor de cabeça;
  • mal-estar;
  • E, com menos frequência, inchaços no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos.

Os sintomas desaparecem espontaneamente em 2 a 7 dias.
A transmissão do vírus Zika ocorre, principalmente, pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Porém, há 3 casos já relatados até agora de transmissão sexual. Além disso, o vírus já foi encontrado na saliva, na urina e no leite materno – porém, nenhum caso de transmissão através destas formas foi registrado.

Existe uma grande repercussão sobre o vírus Zika e sua possível associação a graves problemas. Um deles é a microcefalia: uma malformação congênita em que o cérebro do feto não se desenvolve corretamente e o bebê nasce com o perímetro cefálico menor que o normal, ou seja, igual ou inferior a 32 cm. Além disso, nesses bebês, cujas mães são infectadas durante a gestação, pode ocorrer artrogripose, que é o endurecimento dos músculos e articulações, lesões nos olhos e dano neurológico, até mesmo sem a existência de microcefalia.

Outra provável grave consequência da contaminação pelo vírus Zika é o raro desenvolvimento da Síndrome de Guillain-Barre, em que ocorre fraqueza dos músculos, podendo levar à paralisia temporária ou até à morte, quando atinge os músculos da respiração.
Ainda não é possível associar com certeza estes acontecimentos ao vírus Zika, mas há evidências fortes e estudos estão sendo realizados.

CONFIRA AS RESPOSTAS PARA OUTRAS DÚVIDAS
Há tratamento? Infelizmente não existe tratamento específico, porém a grande maioria dos pacientes (80%) são assintomáticos e, no restante, os sintomas são apenas moderados. A maior preocupação atual tem sido com as grávidas, pelos prováveis riscos ao feto. As pessoas com sintomas devem repousar, beber muito líquido e tratar sintomaticamente as dores e febre.

Como é feito o diagnóstico de infecção pelo vírus Zika?
Do 1º ao 5º dia de sintomas, por meio de um exame chamado RT-PCR, bastante preciso, que tem sido usado em grávidas. Foi desenvolvida sorologia para este vírus, exame que pode ser colhido a partir do 5º dia de sintomas – porém, em alguns casos, não é possível diferenciar, pelo exame, se a infecção é pelo vírus Zika ou da Dengue. Outros exames estão sendo desenvolvidos e logo teremos notícias.

O mosquito transgênico deu origem à epidemia de Zika?
Não.

A epidemia de microcefalia ocorreu por vacinação vencida ou por uso de vacina contra rubéola em grávidas?
Não.

Microcefalia é causada por bactéria inoculada no mosquito Aedes aegypti?
Não.

Microcefalia pode ser causada por picada pelo mosquito Aedes aegypti após o nascimento do bebê?
Não.

Microcefalia é causada pelo larvicida usado no combate ao mosquito Aedes aegypti?
Não.

Existe vacina?
Não.

Uma vez que eu tenha tido a infecção, posso ter novamente?
Não, fica imunizado para sempre dessa doença.

Como podemos nos prevenir contra o vírus Zika?
Combatendo o mosquito Aedes aegypti.

VEJA AS FORMAS DE COMBATERMOS O MOSQUITO AEDES AEGYPTI

  • Usando mosquiteiros e telas nas janelas, ar-condicionado, ventilador;
  • Coloque repelentes elétricos próximos às portas e janelas;
  • Evite usar hidratantes ou cosméticos perfumados (atraem o mosquito);
  • Prefira roupas claras (roupa escura atrai o mosquito), largas, mangas longas e calças compridas;
  • Use repelente (em crianças, a partir de 6 meses de idade):

De 6 meses a 2 anos:

  • Repelente à base de IR3535, 1 vez ao dia

De 2 a 7 anos:

  • Repelente à base de IR3535, 2 vezes ao dia
  • Repelente à base de icaridina 20 a 25%, 2 vezes ao dia
  • Repelente à base de DEET 6 a 9%, 2 vezes ao dia

Crianças maiores que 7 anos:

  • Repelente a base de IR3535, 3 vezes ao dia
  • Repelente à base de icaridina 20 a 25%, 3 vezes ao dia
  • Repelente à base de DEET 6 a 9%, 3 vezes ao dia

Adultos, idosos e gestantes:

  • Repelente a base de IR3535, 3 vezes ao dia
  • Repelente à base de icaridina 20 a 25%, 3 vezes ao dia
  • Repelente à base de DEET 10 a 15%, 3 vezes ao dia

O mosquito pica, principalmente, nas primeiras horas da manhã e no fim da tarde.
Ajude a combater os criadouros de larvas de mosquitos, não divulgue informações incorretas ou boatos e passe os conhecimentos corretos adiante.

Fontes:
http://who.int
http://combateaedes.saude.gov.br/
http://www.cdc.gov/zika/index.html
http://agencia.fiocruz.br/