ANGIOEDEMA SEM URTICAS – TRATAMENTO
O tratamento das formas especiais do angioedema sem urticas é totalmente diferente da urticária, já que, por serem causados pela bradicinina, não respondem a anti-histamínicos ou corticoides, nem adrenalina. Daí a importância do diagnóstico correto para receber o tratamento adequado.
Por se tratar de uma doença que, em algumas situações, leva ao risco de morte, o tratamento medicamentoso divide-se em fazer profilaxia para evitar novas crises ou tratar as crises agudas.
Nem todos os remédios estão disponíveis em todas as partes do mundo. Cada país tem uma regulamentação diferente no que se refere as drogas para tratamento de angioedema sem urticas.
Nesta parte, vamos citar o que existe de medicação mundialmente disponível e a sua função. Seu médico irá conseguir avaliar e escolher a melhor opção de tratamento no momento adequado. Os medicamentos visam aumentar o inibidor de C1 ou bloquear a ação da bradicinina. Somente são licenciadas para uso em angioedema hereditário, mas podem ser utilizadas nas outras formas, conforme a experiência da equipe médica.
TRATAMENTO DAS CRISES (AGUDO)
O tratamento deve ser feito em um local especializado, por exemplo, em um hospital. A ação inicial é fazer medidas de hidratação para controle da pressão arterial e manutenção da respiração.
Medicamentos que podem ser usados:
- Inibidor de C1 (INH-C1) – derivado do plasma humano (repõe o inibidor) (disponível no Brasil)
- Antagonista do receptor da bradicinina
- Icatibanto (disponível no Brasil)
- Inibidor seletivo da calicreína
- Ecalantide (não disponível no Brasil)
- Plasma humano: usado na falta das medicações acima, repositor do inibidor
TRATAMENTO PROFILÁTICO
A intenção é evitar as crises. Opta-se em fazer este tratamento quando o doente tem crises muito frequentes ou muito graves (risco de morte por acometimento da respiração) ou na necessidade de fazer um procedimento cirúrgico.
São utilizados:
- Andrógenos atenuados – aumentam a ação do inibidor de C1
- Danazol
- Estanazolol
- Oxandrolona
- Antifibrinolíticos
- Ácido trenaxâmico
- Ácido epson aminio caproico (EACA)
Para o angioedema causado pelo inibidor da enzima de conversão da angiotensina, é necessária a troca da medicação para fármacos de grupos diferentes. E no angioedema adquirido, iniciar um tratamento para a doença subjacente, quando possível.
Bibliografia:
Allergy 2014 May;69(5):602-16
Int J Emerg Med. 2012 Nov 6;5(1):39
J Am Acad Dermatol. 2011 Oct;65(4):843-5
Clin Rev Allergy Immunol. 2016 Oct;51(2):183-92