ANAFILAXIA

Anafilaxia é uma reação alérgica grave e com risco de morte. Na maioria das vezes, os sintomas anafiláticos aparecem rapidamente dentro de 5 a 30 minutos após a exposição à substância que causa a alergia, chamada de alérgeno.

Na reação anafilática, o sistema imune – responsável por defender nosso organismo – apresenta uma reação exagerada contra uma determinada substância (inofensiva para a maioria das pessoas), causando a anafilaxia. As causas mais comuns de anafilaxia são alimentos, picadas de insetos e medicamentos.

Pricipais causas da anafilaxia

Alimentos Leite, ovos, peixe, amendoim, frutos do mar, castanhas, trigo
Picadas de insetos Vespa, abelha, formiga
Medicamentos Antibióticos (penicilina e amoxacilina), anti-inflamatórios não hormonais (ácido acetilsalicílico, diclofenaco, ibuprofeno), anticonvulsivantes, anticorpos monoclonais, anestésicos e quimioterápicos
Outros Látex, anafilaxia induzida pelo exercíciio
Causa desconhecida  

Na reação anafilática, vários órgãos podem estar comprometidos, causando diferentes sintomas que definirão a gravidade da reação (de leve a gravíssima):

  • Manifestações na pele (ocorrem em 90% casos) – vermelhidão, coceira, urticária e/ou angioedema
  • Sistema respiratório – coceira no nariz, tosse seca, rouquidão, aperto na garganta e no peito e/ou dificuldade para respirar
  • Trato gastrointestinal – náusea, vômitos, dor abdominal e/ou diarreia
  • Sistema nervoso central – tontura, confusão mental, sensação de desmaio, perda da consciência
  • Sistema cárdio circulatório – queda na pressão arterial e taquicardia (batedeira)

Quando o paciente tem envolvimento do sistema cárdio circulatório e neurológico com queda da pressão arterial, perda da consciência ou, ainda, edema da glote com sufocação, a anafilaxia é chamada de choque anafilático, que é um quadro extremamente grave.

A anafilaxia é uma emergência médica e o tratamento deve ser instituído imediatamente após estabelecido o diagnóstico. A primeira linha de tratamento consiste na manutenção da respiração e da circulação, além da administração de adrenalina injetável.

Após ter alta da emergência, o paciente com um episódio de anafilaxia deve ser encaminhado a um especialista, que irá fazer uma história detalhada, exame clínico e laboratoriais, se necessário.

O paciente deve ser muito bem orientado sobre o que fazer para evitar um novo episódio ou como agir no caso de nova crise:

  • Evitar entrar em contato com causas previamente conhecidas;
  • Levar sempre consigo uma injeção de adrenalina autoinjetável, saber quando e como utilizá-la (essa seringa é importada e seu médico poderá orientá-lo sobre onde comprar);
  • Acionar um serviço de emergência imediatamente;
  • Andar com documentos ou braceletes indicando as substâncias às quais é alérgico.

Esses cuidados são fundamentais para quem já teve um episódio de anafilaxia, pois esses pacientes têm mais chances de ter outro episódio.

Bibliografia:
J Allergy Clin Immunol 2015; 135:1125-31
Postgrad Med J 2012; 88:458-464