A urticária ao calor localizado é uma forma raríssima de urticária crônica induzida – atualmente existem apenas sessenta casos relatados na literatura mundial.

A urticária ao calor localizado caracteriza-se pelo aparecimento de urticas (vermelhidão e inchaço) e/ou angioedema (inchaço intenso) na pele após o contato com uma fonte de calor, que pode ser objeto sólido, líquido ou ar quente. Além da presença das lesões, o portador de urticária ao calor pode sentir coceira e/ou queimação na urtica. Os sintomas se iniciam minutos após a exposição ao calor e desaparecem depois de 1 a 3 horas.

Urticária ao calor localizado é muito mais frequente em mulheres e a média de idade de aparecimento das lesões é ao redor dos 34 anos. A doença dura em média 21 meses, mas pode variar entre 9 a 45 meses.

Os mecanismos envolvidos no aparecimento da urticária ao calor localizado ainda não estão totalmente esclarecidos.

A urticária ao calor localizado deve ser diferenciada da urticária colinérgica (desencadeada pelo aumento da temperatura corporal por exercício físico e estresse emocional) e da urticária solar (desencadeada pela exposição da pele à luz solar). A suspeita diagnóstica deve ser feita por meio da história clínica e a confirmação pela aplicação de uma fonte de calor sobre a pele – por exemplo, bolsa de água quente – em uma temperatura próxima os 45°C, durante aproximadamente 5 minutos. O teste é considerado positivo se no local da aplicação surgir uma urtica palpável e avermelhada, que pode ser acompanhada da sensação de coceira e/ou queimação.

O tratamento inicialmente deve ser feito com anti-histamínicos não-sedantes e outras medicações poderão ser usadas ou associadas caso seja necessário.

Bibliografia:
Br J Dermatol. 2016 Mar 10.1111/bjd.14543